quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Minha Amiga II

Uma das minhas series favoritas é House (não vou entra na questão ética, enfim...), e um episódio em especial me fez dar boas gargalhadas. É o “Lucky Thirteen” quinto episódio da quinta temporada. A Thirteen está se pegando com uma menina lá, e a menina, do nada, começa a ter uma convulsão. O House vai até a casa dela para investigar e encontra uma bombinha de asmático. Hum =P

Ele pega a bombinha, vira para o Foreman, e diz:

“Acha que uma bombinha de asma pode ser usada como um brinquedo sexual?”

Gente que criatividade! Tenho uma amiga que teve a mesma sacada, objetos muito estranhos... Nossa essa rendeu muitas risadas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Minha Amiga

Fatos e Relatos

Por diversos e variados motivos, muitas vezes eu e duas grandes amigas ficamos afastadas. Nunca por briga, somente condições da vida mesmo. Quando estamos juntas, geralmente ficamos uma na casa da outra e dura em média duas semanas. Sempre fazemos besteiras, como em um dia que meu pai acordou de madrugada para pegar água e nos encontrou na sala, uma embaixo da mesa, outra de uma cadeira de balanço e eu enrolada em uns bancos que tem no bar. Nós três estávamos completamente sóbrias, brincando de gincana com uns vinte anos no mínimo. Ele simplesmente nos observou por algum tempo, então deu boa noite e foi dormir.
Desta vez era de madrugada e estávamos cogitando assaltar o bar do meu pai. Nenhuma de nós era menor de idade, mas mesmo assim queríamos ser discretas, muitas vezes faz parte do charme. Meu irmão também participava (não que fosse tão raro) e estávamos espalhados pela área da sala próxima a fonte de bebidas, contando casos e rindo muito, como sempre. Eu fui fazer uma demonstração e durante minha performance, pisei em uma tábua que estava meio solta, a qual emitiu um ruído peculiar.
Uma das meninas arregalou os olhos e falou assustada:
- Que barulho foi esse?!
Ela não é particularmente corajosa, contudo a sala da minha casa à noite e o famigerado corredor em 'L' sempre acrescentam um clima, ainda mais no escuro.
- Foi a tábua - expliquei, meio que pulando no lugar tentando achar o ponto.
- Ai, graças a deus. Eu achei que tivesse um tailandês vindo pelo corredor.

Não preciso dizer que a gargalhada rendeu. Não sei se é meu círculo de pessoas, mas eu realmente admiro a criatividade do pessoal. Não perguntamos o por que de um tailandês, até porque o som parecia aquela batidinha tipicamente oriental (não que justifique um deles, ainda mais de tamanco, vindo pelo meu corredor). Era época de filmes como 'O Grito' e 'O Chamado' que também puxam o terror mais para a terra do sol nascente e eu já expliquei que imaginação não é um problema conosco. Só deixamos o riso fluir, convencidos a seguir com nossos planos de furto.

Sabe, quando vendemos nosso apartamento, eu fiquei um tempão 'fazendo' o tailandês, rindo sozinha.

domingo, 19 de setembro de 2010

Meu Irmão

Fatos e Relatos

Um belo dia, estava em casa e fui tomar meu banho. Quando fui colocar o desodorante, descobri que este estava  praticamente no fim. Já era de noite e eu achei melhor jogar fora no lixo da cozinha, que é bem grande e o meu do quarto é pequeno, ficaria cheio. Como o conteúdo era sobre pressão (eu uso desodorante aerosol), fui esvaziando o frasco pelo corredor, já tinha terminado o produto, restava somente ar comprimido na embalagem.
A minha casa tinha um corredor bem longo em 'L' e de um lado ficava a parte íntima (quartos e tal) e na outra ponta a social (sala, cozinha, etc). Tínhamos convertido o quarto de empregada em um escritório e era onde ficava o computador. Meu pai queria fazer uma porta que ligasse o quarto ao corredor diretamente, mas no momento ainda tinha que atravessar a cozinha e a área de serviço para acessar o local. Fiz minha caminhada contente, me dirigindo para o lixo enquanto esvaziava a latinha, pensando no que faria com o resto do meu fim de semana.
Quando cheguei na cozinha, para meu espanto, meu irmão - que estava no escritório - estava branco, comprimido contra a quina da parede e fitando a porta com uma cara de pânico.
- O que houve? - perguntei, preocupada.
- O barulho, você ouviu?
- Que barulho?
- Um Tsssshhhhh.
Demorou, mas eu entendi:
- Ah, era isso - eu acionei o botão.
- Hm - ele relaxou, meio sem-jeito, e começou a rir.
Acho que eu deveria explicar que meu irmão é meio hipocondríaco e tem uma tendência a exagerar as coisas. Um exemplo disso foi quando ele chamou uma reunião familiar porque estava com hemorragia e na verdade ele simplesmente comera muita beterraba.
- O que você pensou que fosse?
Sem jeito, ele fitou-me e disse:
- Pô, eu estava aqui, aí comecei a ouvir o barulho. Começou baixinho e foi aumentando, como se fosse algo chegando perto (e era mesmo, eu, no caso) Aí eu achei que alguma coisa estava descendo pela ventilação do prédio.
À guisa de explicação: a ventilação do meu prédio era bem grande, até demais. Minha dúvida, contudo, era outra:
- Algo descendo? - preparei-me - Como o quê?
Ele evitou meus olhos por uns instantes:
- Pensei que era uma nave.
Eu me escangalhei de rir. Não se enganem, ele é mais velho que eu.
- Sério, B. E eu só conseguia pensar: droga, eu sabia, sabia, que isso ia acontecer comigo.
- Isso o quê? - indaguei, ainda rindo.
- Abdução.

Meu deus. Eu vi a expressão em seu rosto, o modo que ele se segurava na parede, eu sei que ele realmente estava temeroso. É realmente genial alguém não só confundir o som de um desodorante com de uma nave, mas além disso ter a pura convicção de que estava fadado a passar pela experiência de uma abdução alienígena, veja bem. Super mundano, uma opção sempre presente em nossas mentes.
Imaginem este diálogo:
Moça na plataforma: Será que esse barulho é do trem do metrô chegando?
- Pode ser... - responde sua amiga - Ou talvez dessa vez eles pegaram a gente.
- É. Ou um ou outro. Fato.

Ai ai...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meu Namorado

Curta

Estávamos exaustos, era um domingo e após horas de engarrafamento o carro quase superaqueceu (o que envolveu diversos procedimentos emergenciais - eu estava com fome e sou uma péssima companhia nesse estado). Eventualmente descobrimos que a causa era uma blitz.
Ele: Cara, que raiva. Os caras estão de costas, é só pra piorar o trânsito, não é possível. Nessas horas que dá vontade de bater neles com um tapete.
Trânsito é algo que o irrita, sempre tento respeitar a frustração dele. Na minha mente, contudo, a história era outra. Só conseguia indagar: porque, meu bom deus, um tapete?

Bom, meu namorado não é nem um pouco agressivo, contudo ele acabou de comprar dois tapetões. Um é grande demais, não seria viável, mas confesso que olho para o outro de rabo-de-olho.Vou me atentar para a área decorativa. Sei lá, se sair no jornal que alguém foi espancado e o tapete sumir fica a dúvida, né?

Minha Tia

Minha tia é um ser peculiar... Não conheço ninguém mais destrambelhado, avoado e sortudo, o bom é que ela não esquenta com nada.

Um feriado desses fui visitá-la. Saindo da sala de embarque me deparo com aquela cena. Ela, loira, toda arrumada (quase uma perua, mas bem vestida) e “usando óculos escuros”. Dou um sorrisinho me aproximo e pergunto:

- Tia, por que você tá usando óculos com lente só de um lado?

- Quê? - ela tira os óculos do rosto, olha pra armação faltando uma lente – Ahhh (esse “ah” é típico dela), nem tinha percebido...

- Como assim?

- Acho que era por isso que as pessoas estavam olhando pra mim e rindo.

-Você acha???

Ela me abraçou, me deu um beijo, pegou uma das minhas malas, se virou e falou:

- Vamos?!

Aprendi a não questionar mais...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Minha Avó

Fatos e Relatos

Estou eu, quieta em meu quarto lendo, quando minha avó chega. Minha avó é uma pessoa muito boa, muito energética e falante. Ela é, definitivamente, uma peça. Ela entra no meu quarto, dá a volta na minha cama e senta na beira, sorrindo para mim. Eu sorrio de volta. Parte minha fica tensa em expectativa: minha avó não é lá muito conhecida por ser sucinta.
- Pintinha (sim, ela me chama assim), você não sabe o que a sua tia comprou.
Outro ponto forte dela é fofoca.
- Sério, Vó? O quê? - Minha voz não tem muito interesse, não herdei esse gene dela.
- Uma llama.
Senti minha respiração dar uma engasgada. Olhei para ela como se repentinamente houvesse crescido uma nova cabeça sobre seus ombros.
- Uma llama? - Vários pensamentos se embrenham na minha cabeça, confusos. Quero muito não acreditar, mas parte minha sabe das coisas - O animal?
Ela me observa por um momento e fala com alguma estranheza:
- Sim, o animal. Que tipo mais poderia ser?
- Uma estátua, um quadro, sei lá, vó. Mas uma llama? - Eu sabia que não deveria ter questionado.
- Pois é... E a llama é lindíssima. Você precisa ver a pelagem dela, é a mais bonita que eu já vi. Um malhado exótico.
Taí um discurso que eu jamais achei que escutaria. Fiquei imaginando quantas llamas a minha avó já conheceu e se alguma delas tinha qualquer coisa que não fosse exótica. Quando é uma llama o assunto, abstraindo peruanos e outras raras exceções, só concebo coisas fantásticas do meu imaginário ativo.
- Hm - Falei, para não me comprometer. Sei lá o que se comenta para esse tipo de informação.
- Mas você não acredita no que a llama fez! - ela continuou e deu sua risada de mamãe noel que faz meu coração aquecer.
- Cuspiu? - Meu conhecimento nesse assunto é limitado. Só sei que llamas andam bem em terrenos acidentados e cospem.
- Foi! E bem na sua tia - ela me fitou novamente - como você soube?
- Sabe como é, vó... Cachorros latem, llamas cospem.
Ela riu mais.
- A sua tia aprendeu a ver quando a llama vai cuspir (fica um tempo juntando saliva, com vontade) e da última vez segurou no pescoço dele (é macho), mas ele virou a cabeça para cima e cuspiu para o alto. Caiu na sua tia, de qualquer jeito.
Fiquei recriando a cena na minha cabeça. Fantástico. Um pensamento me ocorreu, leve a princípio, mas tomou forma e escureceu  todos os demais:
- Vó? - esperei ela focar em mim - Onde a llama fica?
- No curral! - ela respondeu, serelepe.

Sabia, tinha certeza. O curral é do lado, do lado mesmo, do quarto que eu fico quando nós viajamos para a casa da minha tia e estava desativado (isso é, até a llama surgir em nossas vidas, claro.). Lembrei que no final de semana seguinte estaríamos visitando-a e suspirei. Ah, quem eu ia enganar? Estava louca para conhecer a llama.